Princípios Básicos da Fraternidade

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São 12 apostilas (de janeiro a dezembro) contendo a prática do desenvolvimento da consciência, instruções e abordagens sobre as diversidades religiosas praticadas no Brasil.



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sábado, 23 de abril de 2011

TEURGIA ou TEOLOGIA?

FUNDAMENTOS BÁSICOS DE TEURGIA

Em seu conceito literal, Teurgia é uma palavra criada pelos neoplatônicos da Escola de Plotino e Amônio Saccas para caracterizar um tipo de magia, em que a produção de fenômenos estava subordinada aos movimentos de expansão da consciência, sendo uma conseqüência indireta das ações da consciência. Por ser um conceito excessivamente sutil, passou para o vernáculo de forma simplificada, como a prática mágica que envolve comunicações com os anjos e os espíritos planetários.

Diferentemente da Teologia, a Teurgia não se baseia em uma contextualização religiosa de fundo histórico e social, e sim numa percepção intrínseca sobre a natureza do Divino, proveniente de místicos de todas as eras. A Tradição iniciatória universal não pode ser considerada uma contextualização histórica, tal como a teologia, visto que sempre existiu em todos os povos e em todas as épocas.

A compreensão humana acerca da natureza do divino só pode ser desenvolvida de forma parcial e através de “aproximações sucessivas” e insights. A mente finita não pode, obviamente, entender o infinito. Pode captá-lo parcialmente através de sua intuição espiritual.

A maior dificuldade para a compreensão do mundo transcendental é o condicionamento antropomórfico profundamente arraigado que temos sobre a Divindade, supondo que Deus seja um homenzarrão sentado em um trono em algum lugar do céu. A sutilização desse conceito conduz à crença de que Deus seja um grande espírito, ou ainda de que é um Ser perfeito, puro, pleno, repleto das mais puras qualidades

O refinamento desse conceito leva ainda mais longe, à conclusão de que Deus não é um Ser, mas uma “seidade”, como afirmam os taoístas da antiga tradição chinesa, a raiz de todo ser e o substrato de toda existência, o mistério magno que permeia toda a realidade. Nessa concepção, seria sujeito, sem objeto, embora possa objetificar-se através do universo manifestado

Esse conceito, a base da filosofia taoísta, parece ser a mais perfeita e avançada aproximação da divindade, para o estágio atual da mente humana. Nessa visão, Deus é amor puro, consciência pura, poder puro, criatividade pura. Não haveria ninguém (nenhum ser) que tenha esses atributos, e nem haveria possibilidade de se aplicarem atributos à divindade. Amor, poder, vontade, sabedoria e criatividade seriam princípios que existiriam por si mesmos, no âmago da manifestação.

Eles existiriam como a “coisa em si” e impregnariam tudo o que existe no universo. Este seria uma manifestação cíclica desses princípios puros, que estão na raiz de toda a existência.
Como esses princípios existem fora do tempo, não tem sentido a pergunta absurda de “quando Deus teve origem e quando começou a criar universos?”. Não se pode aplicar atributos temporais a algo que existe fora do tempo

Este nosso presente universo é apenas um dos infinitos universos que existiram no passado e dos infinitos universos que existirão no futuro. Criar e destruir universos é algo tão inerente à natureza divina como o ato de respirar o é para nós

O universo não é exatamente uma “criação” de Deus. É antes, uma “exteriorização” de sua própria consciência, que se metaboliza continua e ciclicamente, alternando períodos de manifestação e períodos de repouso de igual duração. Em uma intuição simples, podemos concluir que Deus em si mesmo não está no tempo, mas suas manifestações estão no tempo (elas são o próprio espaço/tempo e tudo o que se move no oceano do espaço/tempo).
Há uma frase nos Vedas que afirma “Sarvam Tat Kaluvidam Brahm” (Em verdade tudo isso é Brahm), o que não significa que seja “panteísmo”. O panteísmo é uma doutrina simplória que identifica o Supremo como seus atributos e suas manifestações, e o infinito, com a soma numérica dos finitos. O grande monismo cósmico inerente a todas as grandes tradições espirituais afirma que o aspecto transcendente da divindade paira acima de qualquer manifestação, enquanto o aspecto imanente permeia todas as manifestações.

Dizer que o “Universo é Deus”, ou que “Deus é o Universo” é tão errado quanto supor que Deus criou o Universo e ficou do lado de fora, observando.

A relação entre o transcendente imanifesto e o imanente manifestado é algo de uma complexidade e sutileza , que escapa ao poder do pensamento e da palavra.

Outro ponto essencial na Teurgia é jamais aplicar atributos e qualificativos à divindade suprema. Mesmo os mais elevados atributos trazem complicações e contradições. Se Deus é “bom”, como entender a presença do mal do universo? Se Deus é Onipotente, por que não tem poder para eliminar seus opositores (o mal)? Se Deus é onisciente, por que não sabia que parte de sua obra iria se desviar e que Lúcifer se tornaria um “anjo rebelde”?

Se Deus é onisciente, conheceria o futuro e saberia que todos esses desvios iriam acontecer. Se o sabia por que os fez? E se é onipotente, por que os deixou acontecer? Nunca houve, nem haverá respostas satisfatórias a essas perguntas porque elas são absurdas em seus próprios pressupostos sobre a natureza da Divindade e de suas manifestações. São perguntas formuladas por quem carrega uma visão antropomórfica sobre o Divino e por quem tenta aplicar categorias temporais àquilo que existe fora do tempo.

Na realidade, a harmonia da ordem divina é tão ampla, que é capaz de harmonizar todas as desarmonias aparentes e de simetrizar todas as assimetrias, da mesma forma que a harmonia e a unidade absoluta do oceano pode abranger ondas que se entrechocam em diferentes direções, em aparente conflito. Todas as turbulências e tempestades do mar são entrechoques superficiais, movimentos contingentes de ajustamento cármico entre aspectos ilusoriamente separados de uma coisa única. Esses movimentos, tais como as ondas do mar, não afetam as profundezas calmas e silenciosas, nem afetam a unidade absoluta e a harmonia que reinam no seio do oceano.

Os mitos e alegorias usados para explicar a existência do mal constituem tentativas da mente humana de racionalizar e compreender as contradições e assimetrias existentes no universo.
Essas racionalizações foram feitas no passado e atendiam às mentes simples e primitivas do homem da antiguidade. Estão totalmente defasadas das necessidades do homem moderno e de sua nova visão de mundo

O fundamentalismo religioso de nosso tempo é a última tentativa do homem moderno de restaurar a segurança das antigas crenças e obter a sensação de certeza que elas proporcionavam aos homens primitivos. É uma reação do homem moderno, perplexo diante das contradições e angústias da modernidade, tentando voltar à segurança e aos valores do passado.
Por mais que o fundamentalismo pareça forte e atraia multidões, está condenado a desaparecer, porque só tem olhos para o passado, ainda que forneça algum alento para o desespero e a falta de referência espiritual da modernidade. Não será no passado nem nos dogmas que encontraremos soluções para nossos problemas.

A SOLUÇÃO ESTÁ EM DESCORTINAR O FUTURO, POR MEIO DAS SÍNTESES REINTEGRADORAS DO VERDADEIRO ECUMENISMO, E NA ATIVAÇÃO DO PRINCÍPIO CRÍSTICO ESSENCIAL QUE VIVE NO ÂMAGO DE TODAS AS CRIATURAS.

Um comentário:

  1. Caros amigos, escrevo para pedir algo que sei não convencional atravez destas páginas de tanta sabedoria. Pesquisando como colar vaso antigo de barro encontrei informações sobre o Sr. José Augusto da Fonseca, arqueólogo. Será possível saber com ele qual a cola que ele usa para juntar os cacos do vaso de barro. Grato pela atenção e colaboração.
    Eduardo Sabbatini
    arquiteto - Campinas São Paulo - e mail esabbatini@uol.com.br.

    Abraços carinhosos

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